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Volume de apostas nos cassinos de Macau só é menor que nos de Las Vegas e Atlantic City.

04/05/2004

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Cinco anos depois de devolvido por Portugal à China, o território de Macau é um dos principais centros da jogatina global. O volume de dinheiro movimentado em seus cassinos só é menor que nos de Las Vegas e Atlantic City, nos Estados Unidos. A diferença é que o cacife da ex-colônia portuguesa aumenta em ritmo muito mais acelerado. O montante de apostas em seus cassinos cresceu 27% no ano passado. Tudo indica que a boa rentabilidade se repetirá em 2004. Se isso se confirmar, Macau terminará o ano numa espécie de empate técnico com Atlantic City na segunda colocação do ranking dos maiores centros de jogatina do planeta. Erguida numa pequena península no estuário do Rio da Pérola, Macau foi colônia portuguesa durante cinco séculos. No século XIX perdeu para Hong Kong, que fica a 60 quilômetros de distância, sua importância como entreposto comercial. O território é mínimo. Somadas, a península e as duas ilhas que formam Macau não chegam a 25 quilômetros quadrados, e sobra pouco espaço para a agricultura. Há algumas fontes de rendimento – seu porto livre é utilizado para exportar mercadorias chinesas para os Estados Unidos e a Europa –, e a pataca (esse é o nome da moeda local) se mantém estável. Mas, não fosse o jogo de azar, o território estaria falido. Desde que hasteou a bandeira vermelha da China, a cidade é uma zona de administração especial. Significa que o capitalismo e a democracia continuam a vigorar dentro de seus limites, apesar de a China ser governada por uma ditadura comunista. O jogo de azar é o ganha-pão de Macau desde os anos 60. Durante três décadas, o chinês Stanley Ho, cujo nome já esteve na lista dos 200 mais ricos da revista Forbes, foi dono dos doze cassinos da península. O governo chinês quebrou o monopólio há dois anos. Três grandes grupos empresariais, incluindo o de Ho, ganharam concessões para a exploração do negócio. De lá para cá, multiplicaram-se as casas de jogos. Em junho serão inaugurados mais dois grandes cassinos, o Wynn Resort e o Galaxy Casino, ambos construídos por empresas de Las Vegas. O "Rei de Macau", como Stanley Ho é conhecido, continua poderoso. É dono do segundo maior banco do lugar, o Seng Heng Bank, da maior loja de departamentos e de uma dezena de restaurantes e casas de espetáculos. Também lhe pertence um terço do aeroporto da cidade. Neste ano, ele promete inaugurar uma nova casa de jogos bem ao lado de seu carro-chefe, o Cassino Lisboa, o principal da ilha desde 1970. Somados, os investimentos de Ho, do Wynn e do Galaxy passam de 1 bilhão de dólares. É uma quantia pequena perto do dinheiro que se acredita estar a caminho. Macau é uma mina de ouro para investimentos estrangeiros. Japoneses e outros asiáticos vão lá para tentar a sorte na roleta e no bacará. O grande potencial, contudo, são os novos-ricos chineses, doidos para jogar. A China permite agora que residentes de algumas cidades selecionadas do país entrem sem visto na península. Nos últimos meses de 2003, o número de turistas chineses em Macau aumentou 49% em relação a 2002, quando o visto ainda era necessário. Os 445.000 habitantes de Macau, quase todos empregados no setor de serviços, agradecem. A cidade recebe por ano 11,5 milhões de turistas, três vezes mais que o Brasil. Apenas 8% dos moradores são descendentes de portugueses, e a esmagadora maioria da população só fala chinês.  Revista Veja