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Alunos aprendem matemática brincando

11/12/2002

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No início do ano, Camila do Carmo Motta, 12 anos, tinha dificuldades na disciplina de matemática. E nem gostava muito de lidar com números, na verdade. Hoje, além de eleger a matemática como uma de suas disciplinas favoritas, tornou-se uma aluna acima da média. A nota de 65, no primeiro bimestre, passou a 90, no último.
Ela estuda no Caic Guilherme Braga Sobrinho, do Bairro Novo, e afirma que essa mudança toda ocorreu por causa de jogos. Em sala de aula. Os professores de matemática Marileusa Rita de Cássia Antunes Favoreto, Paulo Roberto Bezerra e Pio Sérgio de Andrade resolveram deixar as aulas muito mais divertidas. Nada de regras e fórmulas prontas enchendo o quadro negro. As aulas têm jogo de dominó, cartas e bingo.
A idéia é deixar os alunos mais à vontade com os conceitos matemáticos. “É uma forma mais atraente de trabalhar com a disciplina, porque aproxima os conceitos, que muitas vezes são abstratos, da realidade”, comenta Marileusa.
Esse projeto, que foi colocado em prática em agosto deste ano, foi um dos temas do 7.° Encontro Paranaense de Educação Matemática, realizado em Foz do Iguaçu, e que terminou ontem. “Além de ser uma forma de mostrarmos nosso trabalho para outros profissionais, encontros como esse são excelente oportunidade para conhecermos outras propostas interessantes para o ensino da matemática”, afirma Paulo.
Na turma de Carolina, quase todos os alunos melhoraram as notas. “Eu até estou gostando de estudar matemática, agora”, diz Luciano Belardinucci Lima, 12 anos. Ele reprovou no ano passado, justamente por causa da matemática. “Mas agora, com os jogos, já passei de ano sem problemas.”
Maycon Zanotin dos Santos, de 10 anos, é um dos alunos mais empolgados. Adora jogar. Em todas as aulas, pede um jogo. Gosta, especialmente, de um jogo de cartas coloridas que trabalha os números múltiplos. “Até fico nervoso quando jogo, porque não gosto de perder de jeito nenhum. E porque é preciso ficar sempre atento”, afirma. Ele também melhorou muito nas notas. De 65 no primeiro bimestre, passou a 100, no terceiro. “E quero continuar assim, sempre.”
Phelipe Augusto Tissoni, de 11 anos, nunca teve problemas em estudar matemática. Mas, mesmo assim, acredita que agora tem ainda mais facilidade para abstrair conceitos. “Além de gostar de matemática, não gosto de perder nos jogos. Então, me esforço para ganhar. E, assim, aprendo mais.”
Gazeta do Povo – PR